A professora Elza Martins Velozo, 72 anos, se dedica ao ofício de ensinar desde muito cedo. Aos 18 anos, deu início a sua carreira em Arapongas na extinta Escola Rural Municipal Dr. Vital Brasil. E de lá para cá, o amor pela educação só cresceu. A servidora pública municipal com mais tempo na ativa completou 52 anos na função e se lembra em detalhes do dia de sua admissão, em 15/01/1972. “Eu sabia que era isso o que queria. Desde pequena meu sonho era ser professora. Sempre fui da educação. Levar conhecimento ao próximo é algo que me acompanha desde sempre”, comentou.
Ela já atuou em diversas escolas municipais, além de também ser professora do Estado – já aposentada. Mas foi entre os anos 2000 a 2004 (segundo mandato do ex-prefeito José Bisca) que se fixou na Escola Municipal Clotário Portugal, no Conjunto Centauro, onde permanece até hoje. “Posso dizer que minhas raízes na educação estão também em grande parte aqui. Tenho muito carinho pela Escola M. Clotário, por toda a equipe e, em especial, pelos meus alunos”, disse.
Além do ensino às crianças e adolescentes, a professora Elza também registra outro grande marco em sua carreira. Pelo 25º ano, leciona aos estudantes da modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA). Os encontros acontecem de segunda a sexta-feira, no período noturno, na Escola Municipal Clotário Portugal. O tempo de qualidade junto aos estudantes leva conhecimento para muitos que não tiveram oportunidade de escolarização na idade própria ou aqueles que não tiveram continuidade nos estudos no Ensino Fundamental ou Médio. “Eu me realizo ainda mais com a educação para os adultos. Eles vêm com essa grande necessidade de aprender e pedindo para a gente. Eu ensino e aprendo com eles”, disse.
Em Arapongas, o quadro de servidoras públicas municipais ultrapassa os 77%, e a maior parte está na Educação. A opinião da servidora sobre o papel feminino no setor é incisiva. “A mulher dentro da educação faz todos os papeis. Ela faz o papel de mãe, de educadora, de amiga, observando detalhes de aspectos importantes que fazem os alunos avançarem”, salientou.
APOSENTADORIA
Com os olhos marejados, a professora Elza também falou sobre o momento de parar. “Eu pretendo deixar tudo certinho para, no final do ano, me despedir da minha turma. Vai deixar saudade, mas tudo tem um começo e um fim”, falou. O fim deste ciclo significa começar um novo, especialmente ao lado do marido, Nivaldo Moor Velozo, com quem é casada há 35 anos.
Filha de Salvador Martins e Carmem Martins, a professora Elza também foi inspiração para as irmãs: Leonilce, Nair, Marilda e Marlene – todas professoras. “Educação não é só ensinar, você tem que se doar. E isso me deixa bastante emocionada”, encerrou.